Lacan nos diz que “não devemos ter medo da dor”. A dor não é negativa nem vilã. Não é criatura cruel que está à espreita, observando-nos para a qualquer momento aparecer de supetão e nos fazer sofrer. A dor é índice de vida. Onde há dor há vida. A dor pode surgir quando mergulhamos fundo no mar das experiências, quando nosso corpo está totalmente imerso nela, até o último fio de cabelo. Se doeu é prova de que se foi fundo, que se viveu de forma visceral. Viver na superfície da vida, no raso da areia por se temer a dor e o medo de se afogar é desperdiçar a todo o momento a chance de sentir, de vibrar com o que de melhor ou de pior o mar da vida pode oferecer.
Lembrando Caetano: “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que se é”.
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